Pais de três crianças desaparecidas em New Jersey e encontradas mortas processaram a polícia por ter montado uma operação de salvamento atabalhoada. Tribunal deu-lhes razão seis anos depois e ordenou pagamento de €1,7 milhões de indemnização.
Na casa dos Cruz é dia de churrasco. No quintal das traseiras, os mais velhos entretêm-se à conversa enquanto os pequenos Anibal, Daniel e Jesstin, de 11, 6 e 5 anos de idade, respectivamente, brincam no relvado.
Sem os pais se aperceberem, pulam para a propriedade vizinha, um lote desprezado e convertido em lixeira. Proliferam mobílias velhas, sucata e pneus. Num canto está um Toyota Corola lilás abandonado. O trio aventureiro pula para o capô, espezinha a carroçaria até que decide abrir o porta-bagagens enferrujado.
Entretanto, os pais notam que Anibal, Daniel e Jesstin desapareceram. Contactam a polícia, que monta uma operação de salvamento que inclui helicópteros e cães pisteiros. Passam-se várias horas.
Até que uma transeunte que passara por ali no momento em que os meninos se entretinham em cima daquele carro, encaminha as autoridades para o local.
Desorganização policial
Os agentes abrem o porta-bagagens e encontram os corpos inertes das três crianças, que teriam ficado trancadas e morrido sufocadas.
"As equipas de polícia estavam desorganizadas e claramente pouco treinadas", diz Paul Brandes, advogado dos pais de Anibal, recordando a tragédia de 24 de Junho de 2004.
Na sequência da morte de Anibal, Daniel e Jesstin, as famílas decidiram processar a autarquia de Camden, no estado americano de New Jersey, pela incompetência da polícia da cidade, incapaz de encontrar os menores a tempo de serem salvos.
Hoje, quase seis anos depois, um tribunal deu-lhes razão e ordenou o pagamento de uma indemnização de 2,25 milhões de dólares (cerca de 1,7 milhões de euros).
- Ricardo Lourenço - correspondente -
- Expresso-Online -
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