domingo, 29 de abril de 2012

Nova Espécie de Planta Homenageia Cientista Português


Uma nova espécie de planta descoberta no arquipélago de São Tomé e Príncipe recebeu um nome científico que presta homenagem ao professor Jorge Paiva: (Dendroceros) paivae.
“É uma honra lembrarem-se do meu nome e como trabalhei também com a flora de São Tomé a notícia deixou-me muito agradado”, diz o botânico ao Ciência Hoje (CH).
Não é a primeira vez que o investigador da Universidade de Coimbra recebe uma espécie em sua homenagem por investigadores portugueses e estrangeiros. “Há mais plantas que me dedicaram, encontradas em Portugal, Timor e Angola”, conta. “Que me lembre é a quinta espécie mas é sempre uma surpresa quando recebo a notícia”, acrescenta.
César Garcia é o responsável pela descoberta da nova espécie e pela etimologia do nome atribuído, seguindo as regras da nomenclatura botânica, em latim.

Ao CH, o investigador do Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, da Universidade de Lisboa, explica que a razão de atribuir este nome à nova espécie prendeu-se com o trabalho que Jorge Paiva tem desenvolvido no conhecimento da biodiversidade à escala mundial. “Pelo seu trabalho na preservação da natureza, na sua personalidade forte na luta contra os disparates ambientais promovido por pessoas que necessitavam mais anos de escola, pelo seu trabalho junto dos professores e alunos dos diferentes graus de ensino”, enumera.
Segundo o botânico, pretendeu-se também homenagear a Universidade de Coimbra, a Sociedade Broteriana fundada pelo Professor Júlio Henriques, “que inteligentemente contratou colectores no final do século XIX para enriquecer as colecções de Coimbra, prática que é hoje elaborada pelas melhores instituições mundiais”.

Planta monitoriza clima

Dendroceros paivae é uma espécie que pertence a um género muito pouco conhecido em África: antóceros (plantas semelhantes a musgos). “Existem poucas referências ao género nesse continente e são maioritariamente colheitas muito antigas”, garante César Garcia.

A descoberta foi feita durante uma expedição científica à ilha de São Tomé no ano de 2008, mas o reconhecimento da espécie como sendo nova para a ciência só foi possível após o estudo dos exemplares recolhidos e a comparação com exemplares de herbários de toda a Europa.
O investigador do Jardim Botânico considera que Portugal deveria ter uma “floresta autóctone preservada”, com “matas de produção com uma área bem menor e vigadas diariamente”, um país onde “as práticas ancestrais prevalecessem e onde não existissem grandes assimetrias entre o litoral e o interior”, onde é frequente observar-se terrenos abandonados, pontes pedonais sobre rios em ruína e aldeias sem pessoas. “Será que Portugal vai aguentar o ordenamento do território existente com os aumentos de temperatura esperados num futuro bem próximo?”, questiona com preocupação.
     - por Susana Lage em Ciência Hoje  -

Cassini regista rastos brilhantes no anel F de Saturno


A nave Cassini revelou imagens de objectos com um quilómetro que atravessam o anel-F de Saturno como a fonte dos mini-jactos que emanam do anel.

O estreito anel-F de Saturno já é conhecido por albergar uma variedade de características dinâmicas, incluindo canais, ondulações e ‘bolas de neve’ que são criados pela influência gravitacional da lua vizinha, Prometeu.
Enquanto algumas bolas de neve se quebram, com grande probabilidade, pelas colisões e marés, as novas imagens revelam quinhentos casos separados em que pequenos fragmentos que sobrevivem atravessam o anel-F, arrastando partículas de gelo do anel.

Os objectos colidem com o anel a baixas velocidades, cerca de dois metros por Segundo, resultando em ‘mini-jactos’ que se estendem a 40 a 180 quilómetros de distância do anel. Em alguns casos, os impactos bola de neve ocorrem em grupos, criando padrões exóticos à medida que passam pelo anel.