quarta-feira, 3 de julho de 2013

Astronomia

Vida na Terra Vai Acabar em Mil Milhões de Anos

 

Todos os animais e plantas vão desaparecer da face da Terra nos próximos mil milhões de anos, sugere um novo estudo. Contudo, ironicamente, o fim do mundo vai resultar da insuficiência de dióxido de carbono na atmosfera, e não devido ao seu excesso.
Os especialistas estão a tentar, actualmente, encontrar formas de travar a emissão de gases com efeito de estufa. Mas, à medida que o Sol envelhece e atinge temperaturas mais altas, irá assistir-se a uma maior evaporação e a reacções químicas com a água da chuva que vão fazer com os níveis de dióxido de carbono desçam.
Em menos de um milhão de anos, os níveis de dióxido de carbono serão tão baixos que impossibilitarão as plantas de fazerem a fotossíntese, afirmam os cientistas. Quando isso acontecer, a vida como a conhecemos deixará de existir.
Com a extinção das plantas, os animais herbívoros também morrerão, bem como os carnívoros que se alimentam deles. Eventualmente, tudo o que restará serão micróbios, e até mesmo estes têm os dias contados.
Após mil milhões de anos os oceanos terão secado completamente deixando na superfície na Terra apenas os insectos mais resistentes.
Segundo o biólogo Jack O'Malley-James, da Universidade de St Andrews, o futuro na Terra vai ser demasiado hostil para qualquer espécie.
«Todos os seres vivos requerem água em forma líquida para sobreviver, por isso qualquer resquício de vida estará confinado a pequenas bolsas de água, possivelmente em locais mais frescos, elevados ou em grutas subterrâneas», sustentou.
Os organismos que sobreviverem também teriam de adaptar-se a temperaturas muito elevadas e a intensas radiações ultravioleta, acrescentou.
As previsões baseiam-se numa simulação computorizada do impacto a longo prazo dos efeitos das alterações do Sol na Terra.
   - em DiárioDigital -

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Descobertos Três Planetas Candidatos à Presença de Vida

Sistema tem zona habitável onde a água pode existir sob forma líquida.


Uma equipa de astrónomos combinou novas observações de Gliese 667C com dados obtidos anteriormente pelo instrumento HARPS, montado no telescópio Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, e revelou um sistema com pelo menos seis planetas. Três destes são super-Terras orbitando em torno da estrela numa região onde a água pode existir sob forma líquida, o que torna estes planetas bons candidatos à presença de vida. Este é o primeiro sistema que se descobre, onde a zona habitável se encontra repleta de planetas.

A Gliese 667C é uma estrela muito estudada. Com cerca de um terço da massa do Sol, faz parte de um sistema estelar triplo conhecido como Gliese 667 (também referido como GJ 667), situado a 22 anos-luz de distância na constelação do Escorpião. Encontra-se muito próximo de nós – na vizinhança solar – muito mais próximo do que os sistemas estelares investigados com o auxílio de telescópios tais como o telescópio espacial caçador de planeta, Kepler.

Estudos anteriores descobriram que a estrela acolhe três planetas, situando-se um deles na zona habitável. Agora, uma equipa de astrónomos liderados por Guillem Anglada-Escudé da Universidade de Göttingen, Alemanha e Mikko Tuomi da Universidade de Hertfordshire, Reino Unido, voltaram a estudar o sistema, re-analisando os dados anteriores e acrescentando ao cenário já conhecido evidências da existência de até sete planetas em torno da estrela.

Estes planetas orbitam a terceira estrela mais ténue do sistema estelar triplo. Os outros dois sóis seriam visíveis como um par de estrelas muito brilhantes durante o dia e durante a noite dariam tanta luz como a Lua Cheia. Os novos planetas preenchem por completo a zona habitável de Gliese 667C, uma vez que não existem mais órbitas estáveis onde um planeta poderia existir à distância certa.
“Sabíamos, a partir de estudos anteriores, que esta estrela tinha três planetas e por isso queríamos descobrir se haveria mais algum,” diz Tuomi. “Ao juntar algumas observações novas e analisando outra vez dados já existentes, conseguimos confirmar a existência desses três e descobrir mais alguns. Encontrar três planetas de pequena massa na zona habitável de uma estrela é algo muito excitante!”

Três super-Terras

Três destes planetas são super-Terras – planetas com mais massa do que a Terra mas com menos massa do que Urano ou Neptuno – que se encontram na zona habitável da estrela, uma fina concha em torno da estrela onde a água líquida pode estar presente, se estiverem reunidas as condições certas. Esta é a primeira vez que três planetas deste tipo são descobertos nesta zona num mesmo sistema.

“O número de planetas potencialmente habitáveis na nossa Galáxia é muito maior se esperarmos encontrar vários em torno de cada estrela de pequena massa – em vez de observarmos dez estrelas à procura de um único planeta potencialmente habitável, podemos agora olhar para uma só estrela e encontrar vários planetas,” acrescenta o co-autor Rory Barnes (Universidade de Washington, EUA).
Sistemas compactos em torno de estrelas do tipo do Sol são bastante abundantes na Via Láctea. Em torno dessas estrelas, os planetas que orbitam muito próximo da estrela hospedeira são muito quentes e dificilmente serão habitáveis. No entanto, isso já não se verifica para estrelas muito mais frias e ténues, tais como a Gliese 667C. Neste caso, a zona habitável situa-se inteiramente dentro duma órbita do tamanho da de Mercúrio, ou seja muito mais próxima da estrela que a do nosso Sol.

O sistema Gliese 667C é o primeiro exemplo de um sistema onde uma estrela de baixa massa alberga vários planetas potencialmente rochosos na zona habitável.

O cientista do ESO responsável pelo HARPS, Gaspare Lo Curto, comenta: “Este interessante resultado foi possível graças ao poder do HARPS e do seu ‘software’ associado e aponta também para o grande valor do arquivo do ESO. É muito bom ter vários grupos de investigação independentes a explorar este instrumento único, conseguindo atingir uma precisão tão extraordinária”.
  - em CiênciaHoje -