terça-feira, 6 de outubro de 2015

Oi amigos,
Já faz um ano que aqui nada publico porque fiquei sem pc e agora só consigo com o smartphone.
Vou tentar em breve  continuar a aqui publicar o que há de novo na ciência.
Um abraço a todos e até breve.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Voltei...!
Depois de tanto, tanto tempo sem aqui escrever... voltei, espero e desejo que continuem a acompanhar o que aqui publico!
Assim... aqui vai...


Mega experiência estuda o impacto das alterações climáticas  da Península Ibérica.

Quando ouvimos falar em alterações climáticas uma das primeiras imagens que associamos é o derretimento do gelo nos pólos e o impacto que tem na biodiversidade dessas regiões.

 No entanto, os impactos das alterações climáticas não se limitam ás regiões polares: corremos o risco de perder muitas espécies, caso os planos de conservação da biodiversidade não tenham em conta as mudanças no clima. Ou seja, para que seja possível salvaguardar a biodiversidade no futuro, é preciso conseguir prever qual será o impacto das alterações climáticas nas espécies de todo o mundo.

Para responder a esta questão, uma equipa de investigadores da Universidade de Évora está a realizar uma experiência em campo por toda a Península Ibérica. A partir da alteração da temperatura em charcos artificiais, a equipa liderada por Miguel Bastos Araújo pretende avaliar o impacto das mudanças do clima da região.
Foram instaladas 192 charcas artificiais em seis locais, escolhidas por possuir diferentes características climáticas, com o objectivo de testar as previsões de modelos teóricos sobre os efeitos das alterações climáticas na dinâmica dos ecossistemas aquáticos.

"Nas ultimas décadas, o estudo do impacto das alterações climáticas na biodiversidade teve um avanço extraordinário. No entanto, continuam a existir incógnitas sobre como responderão os ecossistemas face ao desafio das alterações climáticas" - Explica Miguel Araújo, professor catedrático convidado da Universidade de Évora e investigador principal do projecto Conservação da Biodiversidade num Mundo em Mudanças,  financiado pelo programa inAlentejo, no qual se insere este estudo.

"Os ecossistemas de água doce, como charcas e pequenas lagoas, são muito vulneráveis ás alterações climáticas, particularmente a períodos prolongados de seca. Por exemplo, vários estudos mostraram que pequenos aumentos de temperatura (3º a 5ºc) poderiam comprometer consideravelmente o crescimento de espécies aquáticas. Um dos grandes desafios que temos de momento é relacionar os impáctos observados à escala local com os impáctos que poderão ocorrer em escalas mais amplas. 

O nosso estudo pretender contribuir para a solução deste problema, ao estabelecer uma série de pontos de observação à escala local, mas que se estendem por toda a Península Ibérica. Ao juntar as informações de todos estes locais, teremos uma visão mais alargada do problema", diz Miguel Matias investigador pós-doutoral da Universidade de Évora e responsável pela experiência.

As experiências consistem em reproduzir o ambiente de charcas naturais instalando charcas artificiais de 1000 litros. Nestes ambientes artificiais é possível simular alterações climáticas através da manipulação da temperatura e do nível da água. Miguel Matias explica que "essas experiências com as charcas artificiais estão a decorrer em simultâneo nas diferentes regiões da Península Ibérica e servem de ponto intermédio entre os estudos pormenorizados em laboratório e a realidade complexa que é observada na natureza.
  em Ciência Hoje

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Astronomia

Vida na Terra Vai Acabar em Mil Milhões de Anos

 

Todos os animais e plantas vão desaparecer da face da Terra nos próximos mil milhões de anos, sugere um novo estudo. Contudo, ironicamente, o fim do mundo vai resultar da insuficiência de dióxido de carbono na atmosfera, e não devido ao seu excesso.
Os especialistas estão a tentar, actualmente, encontrar formas de travar a emissão de gases com efeito de estufa. Mas, à medida que o Sol envelhece e atinge temperaturas mais altas, irá assistir-se a uma maior evaporação e a reacções químicas com a água da chuva que vão fazer com os níveis de dióxido de carbono desçam.
Em menos de um milhão de anos, os níveis de dióxido de carbono serão tão baixos que impossibilitarão as plantas de fazerem a fotossíntese, afirmam os cientistas. Quando isso acontecer, a vida como a conhecemos deixará de existir.
Com a extinção das plantas, os animais herbívoros também morrerão, bem como os carnívoros que se alimentam deles. Eventualmente, tudo o que restará serão micróbios, e até mesmo estes têm os dias contados.
Após mil milhões de anos os oceanos terão secado completamente deixando na superfície na Terra apenas os insectos mais resistentes.
Segundo o biólogo Jack O'Malley-James, da Universidade de St Andrews, o futuro na Terra vai ser demasiado hostil para qualquer espécie.
«Todos os seres vivos requerem água em forma líquida para sobreviver, por isso qualquer resquício de vida estará confinado a pequenas bolsas de água, possivelmente em locais mais frescos, elevados ou em grutas subterrâneas», sustentou.
Os organismos que sobreviverem também teriam de adaptar-se a temperaturas muito elevadas e a intensas radiações ultravioleta, acrescentou.
As previsões baseiam-se numa simulação computorizada do impacto a longo prazo dos efeitos das alterações do Sol na Terra.
   - em DiárioDigital -

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Descobertos Três Planetas Candidatos à Presença de Vida

Sistema tem zona habitável onde a água pode existir sob forma líquida.


Uma equipa de astrónomos combinou novas observações de Gliese 667C com dados obtidos anteriormente pelo instrumento HARPS, montado no telescópio Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, e revelou um sistema com pelo menos seis planetas. Três destes são super-Terras orbitando em torno da estrela numa região onde a água pode existir sob forma líquida, o que torna estes planetas bons candidatos à presença de vida. Este é o primeiro sistema que se descobre, onde a zona habitável se encontra repleta de planetas.

A Gliese 667C é uma estrela muito estudada. Com cerca de um terço da massa do Sol, faz parte de um sistema estelar triplo conhecido como Gliese 667 (também referido como GJ 667), situado a 22 anos-luz de distância na constelação do Escorpião. Encontra-se muito próximo de nós – na vizinhança solar – muito mais próximo do que os sistemas estelares investigados com o auxílio de telescópios tais como o telescópio espacial caçador de planeta, Kepler.

Estudos anteriores descobriram que a estrela acolhe três planetas, situando-se um deles na zona habitável. Agora, uma equipa de astrónomos liderados por Guillem Anglada-Escudé da Universidade de Göttingen, Alemanha e Mikko Tuomi da Universidade de Hertfordshire, Reino Unido, voltaram a estudar o sistema, re-analisando os dados anteriores e acrescentando ao cenário já conhecido evidências da existência de até sete planetas em torno da estrela.

Estes planetas orbitam a terceira estrela mais ténue do sistema estelar triplo. Os outros dois sóis seriam visíveis como um par de estrelas muito brilhantes durante o dia e durante a noite dariam tanta luz como a Lua Cheia. Os novos planetas preenchem por completo a zona habitável de Gliese 667C, uma vez que não existem mais órbitas estáveis onde um planeta poderia existir à distância certa.
“Sabíamos, a partir de estudos anteriores, que esta estrela tinha três planetas e por isso queríamos descobrir se haveria mais algum,” diz Tuomi. “Ao juntar algumas observações novas e analisando outra vez dados já existentes, conseguimos confirmar a existência desses três e descobrir mais alguns. Encontrar três planetas de pequena massa na zona habitável de uma estrela é algo muito excitante!”

Três super-Terras

Três destes planetas são super-Terras – planetas com mais massa do que a Terra mas com menos massa do que Urano ou Neptuno – que se encontram na zona habitável da estrela, uma fina concha em torno da estrela onde a água líquida pode estar presente, se estiverem reunidas as condições certas. Esta é a primeira vez que três planetas deste tipo são descobertos nesta zona num mesmo sistema.

“O número de planetas potencialmente habitáveis na nossa Galáxia é muito maior se esperarmos encontrar vários em torno de cada estrela de pequena massa – em vez de observarmos dez estrelas à procura de um único planeta potencialmente habitável, podemos agora olhar para uma só estrela e encontrar vários planetas,” acrescenta o co-autor Rory Barnes (Universidade de Washington, EUA).
Sistemas compactos em torno de estrelas do tipo do Sol são bastante abundantes na Via Láctea. Em torno dessas estrelas, os planetas que orbitam muito próximo da estrela hospedeira são muito quentes e dificilmente serão habitáveis. No entanto, isso já não se verifica para estrelas muito mais frias e ténues, tais como a Gliese 667C. Neste caso, a zona habitável situa-se inteiramente dentro duma órbita do tamanho da de Mercúrio, ou seja muito mais próxima da estrela que a do nosso Sol.

O sistema Gliese 667C é o primeiro exemplo de um sistema onde uma estrela de baixa massa alberga vários planetas potencialmente rochosos na zona habitável.

O cientista do ESO responsável pelo HARPS, Gaspare Lo Curto, comenta: “Este interessante resultado foi possível graças ao poder do HARPS e do seu ‘software’ associado e aponta também para o grande valor do arquivo do ESO. É muito bom ter vários grupos de investigação independentes a explorar este instrumento único, conseguindo atingir uma precisão tão extraordinária”.
  - em CiênciaHoje -

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Cientistas Descobriram Fractura Tectónica em Formação ao Largo da Costa Portuguesa

Após os grandes terramotos de 1755 e 1969 em Portugal, já se suspeitava que algo estivesse a acontecer no fundo do Atlântico, próximo da Península Ibérica. Agora, cientistas portugueses, australianos e franceses afirmam ter descoberto os primeiros indícios desse fenómeno.

 

A descoberta de uma zona de subducção nas suas primeiríssimas fases de formação, ao largo da costa de Portugal, acaba de ser anunciada por um grupo internacional de cientistas liderados por João Duarte, geólogo português a trabalhar na Universidade de Monash, na Austrália.
A confirmar-se que o fenómeno, em que uma placa tectónica da Terra mergulha debaixo de outra, está mesmo a começar a acontecer, como concluem estes cientistas num artigo publicado online pela revista Geology, isso significa que, daqui a uns 200 milhões de anos, o oceano Atlântico poderá vir a desaparecer e as massas continentais da Europa e América a juntar-se num novo supercontinente.
João Duarte e a sua equipa de Monash, juntamente com Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera – e ainda Marc-André Gutcher, da Universidade de Brest (França) – detectaram os primeiros indícios de que a Margem Sudoeste Ibérica – uma margem “passiva” do Atlântico, isto é, onde aparentemente nada acontecia – está na realidade a tornar-se activa, explica em comunicado aquela universidade australiana. A formação da fractura foi detectada através do mapeamento pelos cientistas, ao longo de oito anos, do fundo do oceano nessa zona.
“Detectámos os primórdios da formação de uma margem activa – que é como uma zona de subducção embrionária”, diz João Duarte, citado no mesmo comunicado.
E o investigador salienta que a actividade sísmica significativa patente naquela zona, incluindo o terramoto de 1755 que devastou Lisboa, já fazia pensar que estivesse a produzir-se aí uma convergência tectónica.
A existência desta zona de subducção incipiente ao largo de Portugal poderá indiciar que a geografia dos actuais continentes irá evoluir, ao longo dos próximos 220 milhões de anos, com a Península Ibérica a ser empurrada em direcção aos Estados Unidos. Este tipo de fenómeno já terá acontecido três vezes ao longo de mais de quatro mil milhões de anos de história do nosso planeta, com o movimento das placas tectónicas a partir antigos supercontinentes (como o célebre Pangeia, que reunia todos os continentes actuais) e a abrir oceanos entre as várias massas continentais resultantes.
O processo de formação da nova zona de subducção deverá demorar cerca de 20 milhões de anos, fornecendo aos cientistas uma “oportunidade única” de observar o fenómeno de activação tectónica.
  Por  em Público.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Região de Formação Estrelar Anárquica

 
 

Uma imagem da NGC 6559 demonstra bem a anarquia que reina quando estrelas se formam no seio de uma nuvem interestelar. O momento foi registado pelo telescópio dinamarquês de 1,54 metros, situado no Observatório de La Silla do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.

A NGC 6559 é uma nuvem de gás e poeira situada a uma distância de cerca de cinco mil anos-luz da Terra, na constelação do Sagitário. Esta região brilhante é relativamente pequena, apenas com alguns anos-luz de dimensão, contrastando com os mais de cem anos-luz que é o tamanho da sua vizinha mais famosa, a Nebulosa da Lagoa (Messier 8, eso0936).

O gás presente nas nuvens da estrela, principalmente hidrogénio, é a matéria-prima da formação estelar. Quando a região no interior da nebulosa acumula matéria suficiente, dá-se o colapso sob o efeito da sua própria gravidade. O centro da nuvem torna-se cada vez mais denso e quente, até que se inicia a fusão termonuclear e a estrela nasce. Os átomos de hidrogénio combinam-se para formar átomos de hélio, libertando energia neste processo e fazendo assim com que a estrela brilhe.

Estas estrelas brilhantes, jovens e quentes, que nascem a partir da nuvem, emitem radiação que é absorvida e reemitida pelo hidrogénio gasoso que ainda se encontra presente na nebulosa circundando as estrelas recém-nascidas, e originando assim a região vermelha brilhante que podemos observar no centro da imagem. Este objecto é conhecido como uma nebulosa de emissão.
Uma nebulosa de reflexão

No entanto, a NGC 6559 não é apenas constituída por hidrogénio gasoso. Contém também partículas sólidas de poeira compostas por elementos pesados, tais como carbono, ferro ou silício. A mancha azulada próximo da nebulosa de emissão vermelha, mostra-nos a radiação emitida pelas estrelas recém-formadas a ser dispersada - reflectida em muitas direcções diferentes – pelas partículas microscópicas presentes na nebulosa. Conhecida pelos astrónomos como uma nebulosa de reflexão, este tipo de objecto é muitas vezes azul, porque a dispersão é mais eficaz para os menores comprimentos de onda.

Em regiões muito densas, a poeira obscurece completamente a luz que está por trás, como é o caso das manchas e bandas sinuosas escuras e isoladas que se vêem na imagem em baixo, à esquerda e à direita. Para podermos ver o que se encontra por trás destas nuvens, é necessário observar a nebulosa a comprimentos de onda maiores, os quais não são absorvidos pela poeira.
  - in CiênciaHoje -

segunda-feira, 22 de abril de 2013

NASA Quer Capturar e Relocalizar Asteróide

 
A NASA vai dar início a um projecto cujo objectivo será capturar um asteróide no Espaço e enviá-lo para a órbita da Lua, onde permanecerá para ser visitado e estudado por astronautas e astrónomos. O robô será lançado em 2017.
A iniciativa partiu do Instituto Keck de Estudos Espaciais, entidade ligada ao Instituto de Calfórnia (Caltech), e foi adoptada pela agência espacial norte-americana e pelo Gabinete de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca.
Os investigadores vão escolher um pequeno asteróide que se encontre próximo da Terra, com 7 a 10 metros de comprimento. Depois de o capturarem irão arrastá-lo até à órbita da Lua. A partir de 2021, os astronautas poderão recolher amostras e estudar a rocha.
A NASA afirmou já que a realização deste projecto vai integrar “o melhor que se faz a nível de investigação científica, da tecnologia e as capacidades humanas de exploração”. A experiência representa uma“façanha tecnológica sem precedentes que dará lugar a novas descobertas e ajudará a proteger o nosso planeta”.
 
A captura e relocalização do asteróide pode servir, igualmente, de treino para uma eventual acção contra uma rocha espacial que se aproxime, com perigo, da Terra.
Os cientistas vão utilizar capacidades já existentes, como a cápsula tripulada Orion e o foguetão SLS (Space Launch System), e desenvolverão novas tecnologias como propulsão solar eléctrica e comunicações por laser.
  - in CiênciaHoje -

terça-feira, 19 de março de 2013

"Vida em Marte"

Primeiros Dados do Curiosity
Indicam Que Existiu Vida em Marte

Rocha analisada contém minerais e elementos químicos que favorecem a existência de vida microbiana


Os investigadores da NASA identificaram nitrogénio, hidrogénio, oxigénio, fósforo e carbono nas análises às primeiras amostras recolhidas pelo Curiosity, em Marte. Sendo estes elementos considerados ingredientes básicos para a vida, os cientistas afirmam que o planeta vermelho pode já ter tido condições para albergar vida microbiana no passado.
A questão fundamental a que esta missão quer responder é se em Marte pode ter existido um ambiente habitável. Com base nas recentes descobertas, a resposta é sim”, explicou Michael Meyer, cientista principal do Programa de Exploração da NASA, em conferência de imprensa realizada em Washington.
Os dados recolhidos indicam que na zona explorada pelo veículo robótico existiu um rio ou um lago que pode ter proporcionado condições favoráveis para a vida microbiana em Marte.
A rocha analisada contém minerais argilosos, sulfato e outros elementos químicos que podem ter favorecido a existência de vida. Ao contrário de outras regiões do planeta, esta não tinha um ambiente demasiado salgado ou ácido.
Os minerais argilosos constituem pelo menos 20 por cento da composição da amostra analisada”, explicou o também investigador desta missão David Blake. Estes minerais são um produto da reacção da água relativamente doce com minerais magmáticos, também presentes no sedimento.
A variedade de ingredientes químicos identificados é impressionante e sugere a existência de pares como sulfatos e sulfetos, indicando uma possível fonte de energia química para micro-organismos”, referiu Paulo Mahaffy, também cientista da missão.
 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

"Abelhas e Flores Comunicam..."

Abelhas e Flores Comunicam Por Campos Eléctrico


  Quando era criança passava horas com o meu pai nas matas do norte de Angola a observar a Natureza. Muito desse tempo foi a ver as abelhas a interagirem com as flores, reparei que uma flor só era visitada por uma segunda abelha, por vezes mais de um minuto, depois da anterior. Anos mais terde perguntei a um professor de biologia se poderia haver alguma comunicação entre as abelhas e as flores. Respondeu-me que não, que só poderia ser coincidência.
Agora, mais de 30 anos depois... deparo com esta notícia...



As abelhas e as flores comunicam através de campos elétricos, revela um estudo da Universidade de Bristol, no Reino Unido, publicado na revista Science.
Segundo o artigo da equipa chefiada por Daniel Robert, os métodos de comunicação das flores são pelo menos tão sofisticados como os de uma agência de publicidade, utilizando as cores, os padrões e o cheiro para atrair os seus polinizadores.
Agora, os cientistas descobriram que a estas formas de comunicação se junta uma outra: a emissão de sinais elétricos, semelhantes a um sinal de néon, que permitem às abelhas distingui-los de outros campos e encontrar as reservas de pólen e néctar.


Os investigadores explicam que as plantas têm normalmente uma carga negativa e emitem campos elétricos fracos. As abelhas, por seu lado, adquirem uma carga positiva de até 200 volts à medida que voam no ar.

Embora não haja qualquer descarga elétrica quando uma abelha se aproxima de uma flor, surge um pequeno campo elétrico que potencialmente transmite informação.
Ao colocar elétrodos em Petunias, os investigadores demonstraram que quando uma abelha (Bombus terrestris) aterra, o potencial elétrico da flor muda e permanece assim durante vários minutos.
«Poderá isto ser uma maneira de a flor dizer às abelhas que uma outra abelha a visitou recentemente», questionam os cientistas, que concluíram que as abelhas conseguem detetar e distinguir dois campos elétricos distintos.


Os cientistas não sabem ainda de que forma as abelhas detetam os campos elétricos, mas admitem que os seus pelos possam reagir da mesma forma que o cabelo das pessoas reage à eletricidade estática de um ecrã de televisão antigo.
«Este novo canal de comunicação revela como as flores podem potencialmente informar os seus polinizadores sobre o verdadeiro estado das suas reservas de néctar e pólen»,

disse Heather Whitney, coautora do estudo.
E Daniel Robert explicou: «A última coisa que uma flor quer é atrair uma abelha e depois não conseguir fornecer-lhe néctar. É uma lição de publicidade honesta, já que as abelhas são boas aprendizes e rapidamente perderiam o interesse de uma flor tão pouco remuneradora.»
«A coevolução entre as flores e as abelhas tem tido uma história longa e benéfica, por isso talvez não seja inteiramente surpreendente que estejamos ainda hoje a descobrir quão sofisticada é a sua comunicação», acrescentou.


    -  por TVi 24 -

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

"Cérebro em 3D"

    Informático Português Desenvolve Cérebro em 3D


Bruno Magalhães, em Lausanne
Um modelo virtual do cérebro está a ser criado e tem um investigador português envolvido. Bruno Magalhães é informático e lida diariamente com um supercomputador que permite visualizar o cérebro em 3D assim como verificar as transmissões entre os neurónios. Com este processo será possível, por exemplo, observar o que acontece num pequeno grupo de neurónios “através da simulação da actividade inter-neuronal e assim simular o funcionamento de uma parte de um cérebro humano”.
Human Brain nasceu de um projecto piloto chamado Blue Brain que começou em 2005 na Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL). Esta é uma das instituições que integra o projecto Humain Brain (Cérebro Humano), vencedor da Future and Emerging Technologies (FET) Flagship Projects, uma iniciativa europeia que pretende enfrentar os maiores desafios da ciência moderna.
Os investigadores de Lausanne, Suíça, começaram com um teste que consistia em simular uma única parte do neocortex e, após validação dos resultados, começaram a tentar simular outras partes do cérebro. Com a atribuição da FET, o Blue Brain vai tentar expandir a sua área de cobertura para outras áreas de neuro-ciências e também colaborar e unir o conhecimento de vários centros de investigação que colaboram incluindo a Fundação Champalimaud.

O processo na Suíça, até ao momento, tem sido construir o cérebro em 3D a partir do modelo biológico que é o cérebro de ratos. Do scanner em 3D extraem a imagem dos neurónios. Um modelo matemático explica como os neurónios se interligam, como transmitem sinais uns aos outros. Toda essa informação é colocada no computador.

O grande problema surge devido à quantidade de informação que requer um computador com capacidade de processamento elevado que permita processar um cérebro humano, “o qual que contem aproximadamente 100 mil milhões (100x10^9) de neurónios inter-ligados através de mil biliões (10^15) de sinapses. Tal computador ainda não está disponível, limitando o tamanho máximo da simulação”, diz Bruno.

É aí que ele entra. “A minha função principal é pegar nos modelos matemáticos, nos formatos 3D que representam os neurónios, e fazer com que aquilo possa ser executável num supercomputador, o que na prática significa simular uma rede neuronal maior do que a simulada até ao momento. Em termos informáticos, designa-se por paralelizar um problema utilizando um supercomputador". Este é usado para resolver um problema impossível de tratar num computador normal.
“Depois de termos um cérebro relativamente grande, na ordem do milhões de neurónios, começamos a simular a transmissão de sinais entre os neurónios e a partir daí criamos uma espécie de sequência temporal onde se vê os neurónios que funcionam em determinado tempo. Tudo isto visualizado em 3D e comparado com o funcionamento normal do cérebro”, explica o informático de 29 anos.

Há biólogos, matemáticos, neurocientistas, físicos, médicos e informáticos envolvidos neste processo científico. Também existem outros cargos que servem como estrutura de suporte financeiro e organizacional.
Bruno iniciou o percurso académico na Universidade do Minho e no quarto ano de faculdade fez Erasmus [um programa de mobilidade académica] na Eslóvenia. No ano seguinte seguiu para Londres, onde estagiou numa casa de investimento. “Comecei o mestrado em computação avançada no Imperial College London”, diz.

As oportunidades foram surgindo e foi atraído para a Suíça pelo projecto Blue Brain. Na altura esteve também em entrevistas e conversações com a Google e Amadeus, mas optou pela escola suíça porque “tinha a possibilidade de trabalhar com tecnologia topo de gama, estar próximo do supercomputador e fazer o doutoramento”, adianta Bruno.

E assim está há quase dois anos e meio envolvido num projecto que vai agora crescer e graças a FET tornar-se o Human Brain Project. “Com atribuição da bolsa Flagship, vamos ter mais recursos para termos um supercomputador maior e gerar circuitos ainda maiores. Vamos ter também contacto com mais especialistas o que vai permitir termos mais informação e irmos além do estabelecimento das transmissões entre neurónios”, comenta o jovem informático português.

Para executar o seu trabalho, Bruno necessita de um computador Blue Gene B que é composto por 4096 computadores cada um com quatro core’s. “Recentemente adquirimos o Blue Gene Q, o modelo seguinte que permitir simular uma rede neuronal quatro vezes maior”, conclui Bruno Magalhães.

O Projecto Cérebro Humano, onde está incluída a EPFL, quer perceber o cérebro humano e conta com o envolvimento de 80 instituições de investigação, entre elas a Fundação Champalimaud, a única instituição portuguesa a participar neste projecto.

  -  em CiênciaHoje - por Sara Pelicano