quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Já é Possível Escrever Com Os Olhos!

Um ecrã especial reconhece os movimentos do olho através de um sistema complexo de alterações de contraste e de discos estáticos

Um grupo de seis pessoas conseguiu escrever com os olhos através de um processo de formação e aprendizagem que lhes permitiu usar os movimentos musculares dos olhos para escrever no ecrã de um computador e, assim, comunicar.

O sistema não se baseia na inserção de um chip qualquer nem nada parecido no cérebro. De acordo com Jean Lorenceau, investigador da Universidade Pierre e Marie Curie, em França, através de um simples processo de aprendizagem, aprende-se uma série de truques para que o mecanismo dos olhos neuromusculares faça algo que normalmente é impossível: “Produzir voluntariamente movimentos oculares suaves em direcções arbitrárias”. Esta descoberta também fornece uma ferramenta para que através de movimentos suaves dos olhos, estas pessoas possam algum dia chegar a desenhar, escrever ou assinar.

Foi o próprio Jean Lorenceau, em frente a um ecrã especial que reconhece os movimentos do olho através de um sistema complexo de alterações de contraste e de discos estáticos, que descobriu que se produziam alguns efeitos estranhos no ecrã com o movimento controlado dos seus olhos. Pela primeira vez, podia ver os movimentos dos seus próprios olhos reflectidos no ecrã. Com um pouco de prática, pouco a pouco descobriu que também podia controlar esses movimentos.
A técnica do cientista baseia-se em alterações em contraste para enganar os olhos em termos da percepção do movimento. Ao ver que o ecrã muda de contraste, as pessoas podem aprender a controlar os movimentos dos seus olhos forma suave, explica.

Assim, para testar este sistema inovador, seis voluntários e o próprio autor do estudo se submeteram à aprendizagem durante uma sessão de 30 minutos até que os olhos começaram a respeitá-los. Depois de um tempo, os participantes foram capazes de escrever letras e palavras e números apenas com o movimento de seus olhos.

A descoberta pode ser muito benéfica para as pessoas privadas de movimento, como as com esclerose lateral amiotrófica (ELA). Também poderá ajudar a melhorar o controlo do movimento dos olhos em pessoas com certas doenças, como a dislexia ou transtorno de hiperatividade (TDAH) e problemas de atenção.
Para ver uma pequena demonstração, clica aqui.
  - in CiênciaHoje -



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Detectados Filamentos de Matéria Escura



Cientistas detectaram parte do esqueleto invisível de matéria escura do universo, onde reside, acreditam, mais de metade da matéria. A investigação, liderada por um físico da Universidade do Michigan, confirma uma previsão chave da teoria predominante de como evoluiu a actual estrutura em rede do universo.
O mapa do universo conhecido mostra que a maior parte das galáxias estão organizadas em aglomerados, mas algumas situam-se ao longo de filamentos que ligam esses aglomerados.
Os cientistas têm defendido que a matéria escura alicerça esses filamentos, que servem como auto-estradas, guiando as galáxias na direcção da força gravitacional dos aglomerados.
A contribuição da matéria escura foi prevista através de simulações por computador e a sua forma foi esboçada com base na distribuição das galáxias. Mas ninguém a tinha detectado directamente. Isto porque não emite nem absorve luz, não sendo assim visível através de telescópios.
Os cientistas deduzem que esta existe a partir da observação dos efeitos gravitacionais que exerce sobre a matéria visível. Pensa-se que esta matéria será 80 por cento da composição do universo.
Para conseguir ver a componente de matéria escura do filamento que liga os aglomerados Abell 222 e 223, a equipa aproveitou um fenómeno chamado lente gravitacional. A gravidade de objectos massivos, como aglomerados de galáxias, actua como uma lente que distorce os raios luminosos de outros objectos ainda mais distantes, na sua trajectória até nós.
A equipa observou, assim, dezenas de milhares de galáxias situadas além dos aglomerados. Conseguiram determinar a magnitude da distorção provocada pelos dois aglomerados e, com essa informação, determinar o campo gravitacional e a massa de Abell 222 e 223. Parecia que existia uma ponte que mostrava uma massa adicional além da que os aglomerados continham. Os aglomerados não podiam explicar por si mesmos esse excesso de massa.
Antes deste trabalho, os cientistas pensavam que o efeito de lente gravitacional não era suficientemente forte para revelar uma configuração de matéria escura. De facto, geralmente não é. Mas Dietrich escolheu bem o cenário para o seu estudo, seleccionando dois aglomerados cujo eixo está orientado directamente para a Terra, o que amplia o efeito de lente gravitacional.
O resultado é uma verificação que durante muitos anos se acreditava que era impossível. Os investigadores também encontraram picos de emissões de raios-x ao longo do filamento que une os dois aglomerados. Picos esses que se devem a um excesso de calor da matéria comum que é puxada para o filamento pela gravidade da matéria escura que o forma. Os investigadores estimam que 90 por cento ou mais da massa do filamento seja matéria escura.

  - in Nature.com -

quarta-feira, 27 de junho de 2012

R.I.P. Lonesome George

photo by Attit

Nas ilhas Galápagos havia um ícone, o George! O único da sua sub-espécie!
Tive a oportunidade de o conhecer no princípio dos anos 90's. Conhecio sempre pachurrento e timido mas sempre com uma espécie de sorriso enigmático.
Ontem com metade da sua idade útil, cerca de 100 anos, o George morreu de causas desconhecidas. Muito Triste! Era o último da sua sub-espécie, a "Tartaruga Gigante de Pinta".
O George foi transferido em 1971 para a segurança do Charles Darwin Research Station com duas femeas de outra sub-espécie, apesar de se darem bem nunca procrearam.
O Planeta Terra ficou mais pobre! Extinguiu-se uma sub-espécie animal!



domingo, 29 de abril de 2012

Nova Espécie de Planta Homenageia Cientista Português


Uma nova espécie de planta descoberta no arquipélago de São Tomé e Príncipe recebeu um nome científico que presta homenagem ao professor Jorge Paiva: (Dendroceros) paivae.
“É uma honra lembrarem-se do meu nome e como trabalhei também com a flora de São Tomé a notícia deixou-me muito agradado”, diz o botânico ao Ciência Hoje (CH).
Não é a primeira vez que o investigador da Universidade de Coimbra recebe uma espécie em sua homenagem por investigadores portugueses e estrangeiros. “Há mais plantas que me dedicaram, encontradas em Portugal, Timor e Angola”, conta. “Que me lembre é a quinta espécie mas é sempre uma surpresa quando recebo a notícia”, acrescenta.
César Garcia é o responsável pela descoberta da nova espécie e pela etimologia do nome atribuído, seguindo as regras da nomenclatura botânica, em latim.

Ao CH, o investigador do Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, da Universidade de Lisboa, explica que a razão de atribuir este nome à nova espécie prendeu-se com o trabalho que Jorge Paiva tem desenvolvido no conhecimento da biodiversidade à escala mundial. “Pelo seu trabalho na preservação da natureza, na sua personalidade forte na luta contra os disparates ambientais promovido por pessoas que necessitavam mais anos de escola, pelo seu trabalho junto dos professores e alunos dos diferentes graus de ensino”, enumera.
Segundo o botânico, pretendeu-se também homenagear a Universidade de Coimbra, a Sociedade Broteriana fundada pelo Professor Júlio Henriques, “que inteligentemente contratou colectores no final do século XIX para enriquecer as colecções de Coimbra, prática que é hoje elaborada pelas melhores instituições mundiais”.

Planta monitoriza clima

Dendroceros paivae é uma espécie que pertence a um género muito pouco conhecido em África: antóceros (plantas semelhantes a musgos). “Existem poucas referências ao género nesse continente e são maioritariamente colheitas muito antigas”, garante César Garcia.

A descoberta foi feita durante uma expedição científica à ilha de São Tomé no ano de 2008, mas o reconhecimento da espécie como sendo nova para a ciência só foi possível após o estudo dos exemplares recolhidos e a comparação com exemplares de herbários de toda a Europa.
O investigador do Jardim Botânico considera que Portugal deveria ter uma “floresta autóctone preservada”, com “matas de produção com uma área bem menor e vigadas diariamente”, um país onde “as práticas ancestrais prevalecessem e onde não existissem grandes assimetrias entre o litoral e o interior”, onde é frequente observar-se terrenos abandonados, pontes pedonais sobre rios em ruína e aldeias sem pessoas. “Será que Portugal vai aguentar o ordenamento do território existente com os aumentos de temperatura esperados num futuro bem próximo?”, questiona com preocupação.
     - por Susana Lage em Ciência Hoje  -

Cassini regista rastos brilhantes no anel F de Saturno


A nave Cassini revelou imagens de objectos com um quilómetro que atravessam o anel-F de Saturno como a fonte dos mini-jactos que emanam do anel.

O estreito anel-F de Saturno já é conhecido por albergar uma variedade de características dinâmicas, incluindo canais, ondulações e ‘bolas de neve’ que são criados pela influência gravitacional da lua vizinha, Prometeu.
Enquanto algumas bolas de neve se quebram, com grande probabilidade, pelas colisões e marés, as novas imagens revelam quinhentos casos separados em que pequenos fragmentos que sobrevivem atravessam o anel-F, arrastando partículas de gelo do anel.

Os objectos colidem com o anel a baixas velocidades, cerca de dois metros por Segundo, resultando em ‘mini-jactos’ que se estendem a 40 a 180 quilómetros de distância do anel. Em alguns casos, os impactos bola de neve ocorrem em grupos, criando padrões exóticos à medida que passam pelo anel.
 

quinta-feira, 15 de março de 2012

DOENÇA DE ALZHEIMER
Há uma máxima na medicina que diz:
"Uma doença pode ser intratável, mas o paciente não!"

O Mal de Alzheimer, Doença de Alzheimer (DA) ou simplesmente Alzheimer é uma doença degenerativa actualmente incurável mas que possui tratamento. O tratamento permite melhorar a saúde, retardar o declínio cognitivo, tratar os sintomas, controlar as alterações de comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida ao idoso e sua família. Foi descrita, pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome.
No mundo o número de portadores de Alzheimer é cerca de 25 milhões, com cerca de 1 milhão de casos no Brasil e cerca de 100 mil em Portugal.
Cada paciente de Alzheimer sofre a doença de forma única, mas existem pontos em comum, por exemplo, o sintoma primário mais comum é a perda de memória. Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com problemas de idade ou de stresse. Quando a suspeita recai sobre o Mal de Alzheimer, o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos e radiológicos. Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão mental, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade.
Os primeiros sintomas são muitas vezes falsamente relacionados com o envelhecimento natural ou com o estresse. Alguns testes neuropsicológicos podem revelar muitas deficiências cognitivas até oito anos antes de se poder diagnosticar o Mal de Alzheimer por inteiro. O sintoma primário mais notável é a perda de memória de curto prazo (dificuldade em lembrar factos aprendidos recentemente); o paciente perde a capacidade de dar atenção a algo, perde a flexibilidade no pensamento e o pensamento abstracto; pode começar a perder a sua memória semântica. Nessa fase pode ainda ser notada apatia, como um sintoma bastante comum. É também notada uma certa desorientação de tempo e espaço. A pessoa não sabe onde está nem em que ano está, em que mês ou que dia. Quanto mais cedo os sintomas forem percebidos e o tratamento mais eficaz é o tratamento e melhor o prognóstico.
Com o passar dos anos, conforme os neurónios morrem e a quantidade de neurotransmissores diminuem, aumenta a dificuldade em reconhecer e identificar objectos (agnosia) e na execução de movimentos (apraxia).
A memória do paciente não é afectada toda da mesma maneira. As memórias mais antigas, a memória semântica e a memória implícita (memória de como fazer as coisas) não são tão afectadas como a memória a curto prazo. Os problemas de linguagem implicam normalmente a diminuição do vocabulário e a maior dificuldade na fala, que levam a um empobrecimento geral da linguagem. Nessa fase, o paciente ainda consegue comunicar ideias básicas. O paciente pode parecer desleixado ao efectuar certas tarefas motoras simples (escrever, vestir-se, etc.), devido a dificuldades de coordenação.

A degeneração progressiva dificulta a independência. A dificuldade na fala torna-se evidente devido à impossibilidade de se lembrar de vocabulário. Progressivamente, o paciente vai perdendo a capacidade de ler e de escrever e deixa de conseguir fazer as mais simples tarefas diárias. Durante essa fase, os problemas de memória pioram e o paciente pode deixar de reconhecer os seus parentes e conhecidos. A memória de longo prazo vai-se perdendo e alterações de comportamento vão-se agravando. As manifestações mais comuns são a apatia, irritabilidade e instabilidade emocional, chegando ao choro, ataques inesperados de agressividade ou resistência à caridade. Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem ilusões e outros sintomas relacionados. Incontinência urinária pode aparecer.

Durante a última fase do Mal de Alzheimer, o paciente está completamente dependente das pessoas que tomam conta dele. A linguagem está agora reduzida a simples frases ou até a palavras isoladas, acabando, eventualmente, em perda da fala. Apesar da perda da linguagem verbal, os pacientes podem compreender e responder com sinais emocionais. No entanto, a agressividade ainda pode estar presente, e a apatia extrema e o cansaço são resultados bastante comuns. Os pacientes vão acabar por não conseguir desempenhar as tarefas mais simples sem ajuda. A sua massa muscular e a sua mobilidade degeneram-se a tal ponto que o paciente tem de ficar deitado numa cama; perdem a capacidade de comer sozinhos. Por fim, vem a morte, que normalmente não é causada pelo Mal de Alzheimer, mas por outro factor externo (pneumonia, por exemplo).

Segundo pesquisas recentes, o Alzheimer começa no tronco cerebral, mais especificamente numa área denominada núcleo dorsal da rafe, e não no córtex, que é o centro do processamento de informações e armazenamento da memória.
Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da memória. O cérebro de um paciente com a doença de Alzheimer, quando visto em necrópsia, apresenta uma atrofia generalizada, com perda neuronal específica em certas áreas do hipocampo, mas também em regiões parieto-occipitais e frontais.

A perda de memória causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediaria. Já na fase adiantada não apresentam mais condições de perceber-se doentes, por falha da autocrítica. Não se trata de uma simples falha na memória, mas sim de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objectos. Mudanças de domicílio são mal recebidas, pois tornam os sintomas mais agudos. Um paciente com doença de Alzheimer pergunta a mesma coisa centenas de vezes, mostrando sua incapacidade de fixar algo novo. Palavras são esquecidas, frases são trocadas, muitas permanecendo sem finalização.

A evolução da piora é em torno de 5 a 15% da cognição (consciência de si próprio e dos outros) por ano de doença, com um período em média de oito anos de seu início e seu último estágio. Com a progressão da doença passa a não reconhecer mais os familiares ou até mesmo a não realizar tarefas simples de higiene e vestir roupas. No estágio final necessita de ajuda para tudo. Os sintomas depressivos são comuns, com instabilidade emocional e choros. Delírios e outros sintomas de psicose são frequentes, embora difíceis de avaliar nas fases finais da doença, devido à total perda de noção de lugar e de tempo e da deterioração geral.

Todos os estudos de medidas para prevenir ou atrasar os efeitos do Alzheimer são frequentemente infrutíferos. Hoje em dia, não parecem existir provas para acreditar que qualquer medida de prevenção é definitivamente bem sucedida contra o Alzheimer. No entanto, estudos indicam relações entre factores alteráveis como dietas, risco cardiovascular, uso de produtos farmacêuticos ou actividades intelectuais e a probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer da população. Mas só mais pesquisa, incluídos testes clínicos, revelarão se, de facto, esses factores podem ajudar a prevenir o Alzheimer.
A inclusão de fruta e vegetais, pão, trigo e outros cereais, azeite, peixe, e vinho tinto, podem reduzir o risco de Alzheimer. Algumas vitaminas como a B12, B3, C ou a B9 foram relacionadas em estudos ao menor risco de Alzheimer, embora outros estudos indiquem que essas não têm nenhum efeito significativo no início ou desenvolvimento da doença e podem ter efeitos secundários. Algumas especiarias como a curcumina e o açafrão mostraram sucesso na prevenção da degeneração cerebral em ratos de laboratório.

Actividades intelectuais como ler, escrever com a mão esquerda, disputar jogos de tabuleiro (xadrez, damas, etc.), completar palavras cruzadas, tocar instrumentos musicais, ou socialização regular também podem atrasar o início ou a gravidade do Alzheimer. Outros estudos mostraram que muita exposição a campos magnéticos e trabalho com metais, especialmente alumínio, aumenta o risco de Alzheimer. A credibilidade de alguns desses estudos tem sido posta em causa até porque outros estudos não encontraram a mínima relação entre as questões ambientais e o desenvolvimento de Alzheimer.

Atitudes simples do dia a dia podem reduzir as chances de desenvolver a doença. Uma delas é reduzir ao máximo o contacto de alimentos com o alumínio. Ele está presente em panelas que armazenam as sobras do almoço para o jantar, ou vice-versa. Ao ficarem na geladeira, por exemplo, aos poucos a panela solta pequenas partículas de alumínio que contaminam o alimento, dê preferência por armazenar as sobras em recipientes de plástico, e volte para a panela somente quando for aquecer. Evite também o uso excessivo de papel alumínio para embrulhar os alimentos, sobretudo em lanche para as crianças.

O tratamento visa minimizar os sintomas, proteger o sistema nervoso e retardar o máximo possível a evolução da doença.

Conforme a doença avança aumentam as dificuldades para os familiares que se vêem tendo que cuidar, acompanhar e ajudar no tratamento de um familiar que não mais reconhece as pessoas e depende a maior parte do tempo do auxílio de alguém, até para realizar suas necessidades fisiológicas mais básicas. Os cuidadores são fundamentais para o tratamento do idoso com Alzheimer no ambiente domiciliar, mas nem todos os familiares estão preparados física e psicologicamente para conviver e cuidar de alguém que não os reconhece nem valoriza seus esforços. Por isso é importante o acesso às informações sobre a patologia e apoio psicosocial aos cuidadores. E o cuidador de paciente com Alzheimer frequentemente tem que lidar com irritabilidade, agressividade, mudanças de humor e de comportamento.
A tarefa de cuidar do idoso precisa ser dividida e compartilhada com outros membros da família e profissionais de saúde para não sobrecarregar uma só pessoa.
É recomendado a participação do cuidador em programas de cuidado ao idoso com Alzheimer para esclarecer dúvidas sobre a doença, acompanhar o tratamento, dar apoio psicológico e social para atenuar o esgotamento e o estresse gerados pela convivência com uma pessoa que a cada dia vai precisar de mais cuidado e atenção no ambiente domiciliar.
Os cuidadores são responsáveis pela manutenção da segurança física, redução da ansiedade e agitação, melhoria da comunicação, promoção da independência nas actividades de autocuidado, atendimento das necessidades de socialização e privacidade, manutenção da nutrição adequada, controle dos distúrbios do padrão de sono e transporte para serviços de saúde além das inúmeras actividades diárias de cuidado com o lar.

-- in Wikipédia --

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

155º aniversário do pai da rádio
Heinrich Rudolf Hertz



Heinrich Rudolf Hertz nasceu em Hamburgo, em 22 de fevereiro de 1857, filho de renomado advogado. O jovem Hertz não foi nenhum menino prodígio; era um jovem como muitos outros, um pouco mais sério, talvez. Durante seus estudos preliminares, em um colégio da cidade natal, seu maior interesse se voltava para as oficinas da escola, onde passava a maior parte do tempo livre. Ali trabalhava no torno, construindo e montando os mais diferentes mecanismos, sobretudo instrumentos ópticos. Esse gosto característico pela construção se manteve durante toda sua vida, mesmo quando se dedicou à intensa pesquisa física: sempre construiu os instrumentos e aparelhos de que necessitava para seu trabalho.
Foi o interesse pelas construções mecânicas que, ao término do colégio, o orientou para uma faculdade de engenharia. Freqüentou-a por dois anos, mas o desejo de realizar pesquisa pura se tornou mais forte que sua inclinação para a engenharia. Passou, então, em 1878, aos estudos de física, na Universidade de Berlim.
Sua seriedade e empenho nos estudos logo foram notados por von Helmholtz, que era seu professor. E quando este propôs aos seus alunos, em 1880, um trabalho versando sobre uma questão de eletrodinâmica, de escolha individual, Hertz apresentou uma pesquisa original, intitulada "Sobre a Energia Cinética da Eletricidade", que foi merecidamente a vencedora.
Ainda nesse ano de 1880, também ano de sua diplomação, Hertz tornou-se assistente de von Helmholtz e, durante os três anos que passou no instituto berlinense, ocupou-se com pesquisas experimentais sobre a elasticidade dos gases e sobre as descargas elétricas através destes. Em 1883, obteve a docência na Universidade de Kiel, onde começou a estudar a eletrodinâmica de Maxwell. Este havia previsto teoricamente a existência das ondas eletromagnéticas, mas o fato ainda não havia recebido confirmação experimental.
Os estudos de eletrodinâmica o fascinavam, e ele imaginava como poderia reproduzir praticamente os fenômenos tão claros na teoria. Uma de suas descobertas fundamentais foi realizada diante dos estudantes, durante uma aula demonstrativa, no outono de 1886. Nessa ocasião, Hertz encontrava-se em Karlsruhe, onde era professor da Escola Politécnica desde o ano anterior. Nesse mesmo ano casou-se com Elizabeth Doll, filha de um professor de Karlsruhe, e com ela teve duas filhas.
Durante uma aula, na qual se utilizava, para demonstração, de duas bobinas ligadas a faiscadores, notou que, enquanto numa das bobinas deflagrava uma faísca, na segunda era deflagrada outra. Esta, porém, era muito pequena, pouco luminosa, e seu ruído era coberto pelo da primeira, muito mais forte. Foi desse modo que Hertz, quase por acaso, descobriu o importante fenômeno das centelhas secundárias.
O jovem cientista compreendeu que aquelas faíscas elétricas eram conseqüência de fenômenos eletrodinâmicos que se processavam nas proximidades de circuitos oscilantes com capacitância e auto-indução mínimas. Para comprovar suas idéias, repetiu, seguidamente, as experiências. Logo percebeu que tinha diante de si um campo novo: o da criação das ondas eletromagnéticas e sua propagação a distância.
Inicialmente, conduziu experiências com um circuito constituído por uma garrafa de Leyden como condensador, uma bobina como indutância e um faiscador. Constatou, então, que a cada faísca que se produzia aparecia uma correspondente muito intensa em uma outra bobina, colocada em frente da primeira. O valor da capacitância era pequeno (a garrafa de Leyden possui pequena capacitância e forte resistência às altas tensões), mas o efeito era notável.
Hertz não abandonou esse campo de pesquisas. Com espírito metódico, continuou suas experiências por cinco anos, utilizando instrumentos sempre mais complexos. O aparelho típico que usava era um oscilador linear (ou dipolo), formado por duas grandes esferas metálicas ligadas por um condutor retilíneo interrompido por um faiscador - constituído por duas esferas metálicas menores. Os dois braços deste oscilador eram ligados aos pólos de uma bobina de Ruhmkorff; quando a bobina gerava uma tensão alta, ocorria uma descarga entre os dois braços do oscilador. Tal descarga era oscilante, e Hertz verificou que as oscilações possuíam uma freqüência que dependia, unicamente, das características geométricas do oscilador. Era por isso que as faíscas irradiavam no espaço ondas eletromagnéticas de freqüência bem determinada.
Hertz não abandonou esse campo de pesquisas. Com espírito metódico, continuou suas experiências por cinco anos, utilizando instrumentos sempre mais complexos. O aparelho típico que usava era um oscilador linear (ou dipolo), formado por duas grandes esferas metálicas ligadas por um condutor retilíneo interrompido por um faiscador - constituído por duas esferas metálicas menores. Os dois braços deste oscilador eram ligados aos pólos de uma bobina de Ruhmkorff; quando a bobina gerava uma tensão alta, ocorria uma descarga entre os dois braços do oscilador. Tal descarga era oscilante, e Hertz verificou que as oscilações possuíam uma freqüência que dependia, unicamente, das características geométricas do oscilador. Era por isso que as faíscas irradiavam no espaço ondas eletromagnéticas de freqüência bem determinada.
Com isso, Hertz demonstrou na prática a existência das ondas eletromagnéticas previstas por Maxwell. Começou, então, a estudar as propriedades dessas ondas. Aos 32 anos descobriu, por meio de experiências extremamente engenhosas, que elas se comportam de maneira inteiramente semelhante às ondas luminosas - fato também previsto na teoria de Maxwell, mas que ainda esperava por uma demonstração experimental.
Voltou sua atenção à propagação das ondas eletromagnéticas. Concluiu, assim, que sua velocidade é a mesma da luz, e que sua propagação no vácuo é retilínea. O comprimento de onda, porém, é maior do que o das ondas luminosas.
Daí, passou a uma série de experiências ópticas. Entre estas, as primeiras foram sobre reflexão em superfícies metálicas, como ocorre também com as ondas luminosas. Entretanto, Hertz verificou que, no caso das ondas eletromagnéticas, a reflexão especular ocorre também quando as superfícies são opticamente ásperas. Isso porque as ondas eletromagnéticas possuem comprimento muitíssimo maior que o da luz.
Outra célebre experiência foi a realizada com o prisma de piche, com o qual demonstrou a refração das ondas eletromagnéticas. Atravessando um prisma de piche, as ondas mudam de direção, como ocorre no caso das ondas luminosas ao atravessarem um prisma de vidro. O cientista provou, finalmente, que as ondas oscilam em um plano que contém a direção de propagação. Para demonstrar este fato, era necessário provar, primeiramente, a possibilidade de polarizar ondas eletromagnéticas. Para isso, Hertz idealizou e construiu um dispositivo dotado de uma grade de fios metálicos, que, quando atingido por ondas eletromagnéticas, as polarizava.
Embora ciente da desconfiança com que o mundo científico acolhia as hipóteses de Maxwell, Hertz apresentou os resultados irrefutáveis de seus trabalhos ao Congresso da Sociedade Alemã para o Progresso da Ciência, em 1888. Eles punham abaixo os velhos conceitos de ação a distância, assim como as tentativas dos mecanicistas em reduzir a eletrodinâmica a uma dinâmica do tipo newtoniano, explicada por movimentos de corpos invisíveis num meio hipotético, o éter.
Os expressivos resultados de suas experiências, revelando e estudando as características das ondas eletromagnéticas, fizeram com que elas fossem batizadas com o nome de ondas hertzianas.
Realizado o ciclo de experiências e concluído um capítulo de suas pesquisas, os interesses de Hertz voltaram-se para uma visão mais ampla da física e para problemas universais.
Um de seus trabalhos foi tentar explicar toda a mecânica por meio do que chamou o "princípio da trajetória retilínea".
Apesar de Hertz não ter tido sucesso nessa empresa, uma versão atualizada de seu princípio encontrou posteriormente aplicação na teoria einsteiniana da gravitação.
Ainda que cumulado de honrarias, Hertz continuou levando uma vida afastada do convívio social, dedicando-se somente à ciência. Baixo, delicado, de fronte espaçosa e barba ruiva, refletia no aspecto e na expressão bondade e grande modéstia. A seriedade e maturidade que possuía, acima do que seria de se esperar de sua idade, fizeram com que alguém o definisse como um "velho nato".
Nos primeiros meses de 1893, Hertz adoeceu e foi operado de um tumor na orelha. Passou uma temporada convalescendo em Santa Margherita Ligure (Itália), depois do que, parecendo restabelecido, regressou ao laboratório. Em dezembro desse ano, porém, foi obrigado outra vez a interromper toda atividade.
Em 1º de janeiro de 1894, antes de completar 37 anos, Hertz morria, deixando uma obra que permitiu um progresso nunca antes imaginado no campo das comunicações a grande distância.

Poucos meses após sua morte, vieram a público os três volumes de "Os Princípios da Mecânica", a última obra que Hertz enviara a seu editor de Leipzig. Sentindo que lhe restava pouco tempo de vida, confiara a tarefa de cuidar da publicação ao seu melhor assistente, P. Lenard.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Terra prepara-se para ‘criar’ um novo supercontinente

Amásia deverá formar-se no Árctico e será a fusão da América com a Ásia.

 


A forte atracção que o Pólo Norte exerce vai levar, dentro de 50 a 200 milhões de anos, à fusão da América com a Ásia, dando origem a Amásia, aquilo que os cientistas norte americanos acreditam ser o próximo supercontinente.
De acordo com a investigação publicada na revista «Nature», ambos os continentes serão complementados pelo Pólo Norte através de uma cadeia montanhosa que permitirá atravessar do Alasca à Sibéria e vice-versa.
Os geólogos da Universidade de Yale acreditam ainda que a América ficará situada sobre o anel de fogo do Pacífico, uma área de intensa actividade sísmica e vulcânica, mas sua topografia mudará radicalmente porque a atracção para o Pólo vai juntar a América do Sul com a do Norte. Essa mudança fará, ao mesmo tempo, desaparecer o Oceano Árctico e o mar do Caribe.

A Terra já assistiu ao nascimento de um supercontinente há 300 milhões de anos, quando todas as massas terrestres se fundiram no equador, dando origem à Pangeia, situada onde hoje está a África ocidental.

Segundo os cientistas de Yale, a Amásia deverá formar-se no Árctico, a 90 graus do centro geográfico do supercontinente anterior, a Pangeia. Os geólogos chegaram a esta conclusão depois de analisar o magnetismo de rochas antigas para determinar as suas localizações no globo terrestre ao longo do tempo. Além disso mediram como a camada directamente abaixo da crosta terrestre, o manto, move os continentes que flutuam à sua superfície.

De acordo com Peter Cawood, geólogo na universidade britânica de St Andrews, citado pela revista Nature, é fundamental compreender a disposição das massas dos continentes para entender a história da Terra. “As rochas são a nossa janela para a história”.
   - in CiênciaHoje -

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Luanda comemora hoje 436 anos da sua fundação
A cidade de Luanda celebra hoje (quarta-feira), 25 de Janeiro, o 436º aniversário da sua fundação, em 1576.

  Em 1575, o capitão português Paulo Dias de Novais, ao desembarcar na Ilha do Cabo, estabeleceu o primeiro núcleo de colonos portugueses: cerca de 700 pessoas, das quais 350 homens de armas, religiosos, mercadores e funcionários públicos.
   Um ano depois (1576), reconhecendo não ser aquele lugar adequado, avançou para terra firme e fundou a vila de São Paulo da Assunção de Luanda e lançou a primeira pedra para a edificação da igreja dedicada a São Sebastião, onde se encontra hoje o Museu das Forças Armadas.
   Trinta anos mais tarde, com o aumento da população europeia e do número de edificações, a vila de São Paulo da Assunção de Luanda tomou foros de cidade, estendendo-se de São Miguel ao largo fronteiriço ao antigo Hospital Maria Pia (actual Josina Machel).
  No período da União Ibérica, em 1618 foi construída a Fortaleza de São Pedro da Barra. A cidade tornou-se no centro administrativo de Angola desde 1627.
   Em 1634 foi construída a Fortaleza de São Miguel de Luanda. A cidade foi conquistada e esteve sob o domínio da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, de 1641 a 1648, quando foi recuperada para a Coroa Portuguesa por uma expedição enviada da Capitania do Rio de Janeiro,
  Brasil, por Salvador Correia de Sá e Benevides.
  De 1550 a 1850, Luanda foi um importante centro do tráfico de escravos para o Brasil.
  Enquanto apenas um quinto de suas importações era originária de Portugal, o restante era do Brasil.
  O equilíbrio na balança comercial era mantido com o intenso contrabando de escravos.
  A cidade limitava-se a funções militares, administrativas e de redistribuição.
  As indústrias eram praticamente inexistente e a instrução pública pouco evoluída.
  Em 1847, incluindo os edifícios públicos, a cidade contava com 144 casas com primeiro andar, 275 casas térreas e 1058 cubatas (cabanas de indígenas).
  Cidade de degredados, com cerca de cinco mil habitantes, possuía perto de cem tabernas, pelo que viajantes a qualificavam como moralidade duvidosa.
  Em 1889, o governador Brito Capelo inaugurou um aqueduto que forneceu água potável a cidade, anteriormente escassa, abrindo caminho para o grande crescimento de Luanda. Em 1872 Luanda recebeu o anónimo de "Paris da África".
  Luanda é a maior e a mais densamente habitada cidade de Angola. Inicialmente projectada para uma população a rondar os 500 mil habitantes, é hoje uma cidade superpovoada.
  Tem uma população de aproximadamente cinco milhões de habitantes (estimativa da ONU em 2004), o que a torna a terceira maior cidade lusófona do mundo, depois de São Paulo e Rio de Janeiro.
  Desde Novembro de 2011, a província de Luanda conta com uma nova divisão Político-administrativa. É constituída pelos municípios de Luanda, Belas, Cazenga, Viana, Cacuaco, Quissama e Icolo e Bengo.
  A zona central da cidade de Luanda está dividida em duas partes, a Baixa de Luanda (a cidade antiga) e a Cidade Alta (a nova cidade). A Baixa de Luanda está situada próxima do porto.
  O litoral é marcado pela Baía de Luanda, formada pela protecção do litoral continental por meio da Ilha de Luanda e a Baía do Mussulo, ao sul do núcleo urbano principal, formada pela restinga do Mussulo.
  O clima é quente e húmido, mas surpreendentemente seco, devido à fria Corrente de Benguela que impede a condensação da humidade para chuva.
  Frequentemente, o nevoeiro impede a queda das temperaturas durante a noite, mesmo durante o mês de Junho, que costuma causar secas completas até Outubro.
  Luanda possui uma precipitação anual de 323 milímetros, mas a variabilidade está entre as mais altas do mundo, com um coeficiente de variação superior a 40%.
  O curto período de chuvas nos meses de Março e Abril depende de uma contra-corrente de norte que traz humidade à cidade.
  Luanda é a maior cidade e capital de Angola. Localizada na costa do Oceano Atlântico, é o principal porto e centro administrativo de Angola.
  As indústrias presentes na cidade incluem a transformação de produtos agrícolas, produção de bebidas, têxteis, cimento e outros materiais de construção, plásticos, metalurgia, cigarros e sapatos.
  - in Angop-Agência Angola Press -

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"iPhone em Português"

Brasileiro de 15 Anos Adapta iPhone á Língua Portuguêsa
Jovem brasileiro com apenas 15 anos adapta o iPhone 4S da empresa de tecnologia norte-americana Apple para entender português.

“Como a Apple esquece-se sempre do Brasil quando lança algum produto deste tipo, achei que seria uma boa oportunidade tentar mudar isso”, afirmou Pedro Franceschi à agência Lusa.

O aparelho, que começou a ser vendido nas lojas brasileiras em dezembro passado, está disponível apenas em inglês, francês e alemão.

A ideia, segundo Pedro Franceschi, partiu de uma conversa com os amigos, uma vez que eles próprios são utilizadores do iPhone 4S e sentiam falta de poder utilizá-lo na sua língua materna.

O jovem explica que a adaptação foi feita a partir da interceptação da comunicação entre o dispositivo de voz do iPhone, conhecido como Siri, e os servidores da Apple.

Para tal, o jovem programador utilizou o aplicativo Dragon Dictation, que também transcreve dados de voz, mas ‘já’ entende o português.

“Basicamente, o áudio é interpretado utilizando o aplicativo Dragon Dictation, da Nuance, é traduzido e regravado em inglês e então é enviado de volta para a Apple, simulando uma consulta feita em inglês ao Siri”
, explica o estudante.
De acordo com Pedro Franceschi, a solução foi encontrada após três dias e duas noites de muito trabalho, o maior dos quais foi decifrar os protocolos de comunicação trocados entre a Apple e o iPhone 4S.
A invenção ainda não está disponível para os utilizadores, mas não deve faltar muito.
O jovem afirma, no entanto, que não possui qualquer interesse em registar patentes de invenções suas, por questões ideológicas.

Português estuda influência das vagas de frio na biodiversidade marinha

No início de 2010, o nordeste do continente americano foi atacado por uma vaga de frio extremo. O investigador português João Canning Clode, que na altura estava a fazer pós-doc no Smithsonian Environmental Research Center, quis saber até que ponto esta vaga de frio afectarias as espécies marinhas, nomeadamente as que têm viajado das Caraíbas para o norte devido ao aquecimento das águas (fenómeno chamado de ‘Caribbean Creep’).

O investigador, que se encontra agora a fazer investigação Portugal, explicou o processo da investigação, agora publicada na revista «PLoS ONE». “Começámos a verificar que as espécies marinhas das Caraíbas que se deslocam mais para norte estavam a desaparecer. Por exemplo, o mexilhão verde da Indonésia (Perna viridis) tinha até àquele momento uma população de 11 mil indivíduos e passou a ter zero”, diz.
O animal marinho que o centro conseguiu capturar e estudar foi o caranguejo da espécie Petrolisthes armatus, pois embora a sua população tenha diminuído, não desapareceu completamente. Em laboratório, os investigadores simularam uma vaga de frio similar à que aconteceu e outra mais forte.
Com a simulação, João Canning Clode percebeu que esta espécie “não tolera vagas de frio”. “A população decaiu 70 por cento e com mais frio decaiu 100 por cento”. O cientista conclui, assim, que poderá haver uma “desaceleração” das migrações para norte.
O investigador defende que “os episódios de frio extremo” que se têm verificado, e que são ‘aberrações’ que se devem às alterações climáticas, muitas vezes são negligenciadas nos modelos matemáticos para as alterações climáticas dos próximos 100 anos.
Fala-se de “perda de biodiversidade que tem em consideração o aumento de temperatura. Mas os modelos têm também de ter em conta as vagas de frio”, acredita.

João Canning Clode, actualmente é investigador pós-doc no Centro do IMAR do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores e também no Centro de Oceanografia da Faculdade De Ciências da Universidade de Lisboa. Licenciou-se em Biologia, em 2005, pela Universidade da Madeira. Três anos depois fez o doutoramento em Ciências Marinhas e Oceanografia Biológica, no Leibniz Institute for Marine Sciences (IFM-GEOMAR), na Alemanha. Rumou depois aos Estados Unidos da América para desenvolver um projecto de pós-doutoramento na Instituição Smithsonian, o maior complexo de museus e investigação do mundo.

 - 2 artigos publicados na - CiênciaHoje -


 

domingo, 1 de janeiro de 2012

"1°Dia do Ano"

O PRIMEIRO DE MAIS UM...

 
Fotografia by Google

No Dia do Ano cada um de nós, uns mais outros menos, come passas(de uva), segura duas moedas(2€), agarra uma folha de louro(de loureiro), sim porque podia ser outra passa qualquer, podia ser duas moedas mais pequenas e podia ser de um loiro qualquer, resumindo... faz promessas e formula desejos: deixar de fumar, abrandar o ritmo, fazer um cruzeiro, ver o fogo de artificio á Madeira(enquanto há), que o país acorde sem tróika, por fim... concretizar um velho projecto. No Dia de Ano os grandes deste mundo põem um ar grave e vão às televisões, alguns vêm á net deixar as suas mensagens e fazer os seus votos num futuro melhor. No Dia de Ano todos estes rituais se repetem para no dia seguinte tudo voltar ao que era dantes. Mais um ano na história deste mundo pequeno e frágil que é o nosso sem que nada de significativo mude.
Nada muda no 1º dia de ano.
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