quinta-feira, 8 de abril de 2010

Administração Obama decide punir chefes militares da Guiné-Bissau


   Para além de Camará é penalizado um antigo chefe do Estado-Maior da Armada, o contra-almirante Bubo Na Tchuto, depois de o nome de ambos ter aparecido associado a diferentes casos de tráfico, entre eles o desvio em Julho de 2008 de 600 quilos de cocaína interceptada num avião ido da Venezuela, anunciou em Washington o Departamento do Tesouro. Todos os cidadãos norte-americanos ficam proibidos de ter qualquer negócio com eles.    "Estas medidas sublinham o papel nefasto que a corrupção ligada ao tráfico de droga desempenha na África Ocidental, em particular na Guiné-Bissau", disse a Administração Obama, que pedira o regresso à ordem constitucional, depois das movimentações de dia 1 de Abril, nas quais Na Tchuto participou, após ter abandonado 94 dias de refúgio na representação local das Nações Unidas.
   O brigadeiro general Camará nasceu a 11 de Maio de 1964, na região de Tombali, formou-se inicialmente na ex-União Soviética e fez depois em Portugal o Curso Geral de Guerra Aérea, no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea, localizado no complexo da Base Aérea número 1, em Sintra. Antes de ter chegado a chefe do Estado-Maior, foi chefe das Operações da Força Aérea , Inspector Geral da Força Aérea e vice-chefe do Estado-Maior da Força Aérea .
   Os nomes de Camará e Bubo Na Tchuto apareciam o ano passado numa lista de personalidades guineenses que os seus alegados parceiros colombianos teriam acusado de lhes ter ficado a dever dinheiro referente ao narcotráfico. Outros nomes dessa lista, que circulou em Bissau, como referente a pessoas que tinham a cabeça a prémio, eram o Presidente Nino Vieira, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagma Na Waie, um antigo ministro da Defesa, Hélder Proença, e um ex-ministro da Administração Territorial, Baciro Dabó. Estes quatro acabaram por ser assassinados, entre Março e Junho de 2009.
   A Drug Enforcement Agency, dos Estados Unidos, tem vindo desde então a reforçar a sua capacidade de acompanhamento local da situação guineense, no plano do narcotráfico, tendo aumentado as deslocações de peritos, por vezes dissimulados; e constituíram-se no próprio país redes de informadores.
  - Público-Online -
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