terça-feira, 7 de outubro de 2014

Voltei...!
Depois de tanto, tanto tempo sem aqui escrever... voltei, espero e desejo que continuem a acompanhar o que aqui publico!
Assim... aqui vai...


Mega experiência estuda o impacto das alterações climáticas  da Península Ibérica.

Quando ouvimos falar em alterações climáticas uma das primeiras imagens que associamos é o derretimento do gelo nos pólos e o impacto que tem na biodiversidade dessas regiões.

 No entanto, os impactos das alterações climáticas não se limitam ás regiões polares: corremos o risco de perder muitas espécies, caso os planos de conservação da biodiversidade não tenham em conta as mudanças no clima. Ou seja, para que seja possível salvaguardar a biodiversidade no futuro, é preciso conseguir prever qual será o impacto das alterações climáticas nas espécies de todo o mundo.

Para responder a esta questão, uma equipa de investigadores da Universidade de Évora está a realizar uma experiência em campo por toda a Península Ibérica. A partir da alteração da temperatura em charcos artificiais, a equipa liderada por Miguel Bastos Araújo pretende avaliar o impacto das mudanças do clima da região.
Foram instaladas 192 charcas artificiais em seis locais, escolhidas por possuir diferentes características climáticas, com o objectivo de testar as previsões de modelos teóricos sobre os efeitos das alterações climáticas na dinâmica dos ecossistemas aquáticos.

"Nas ultimas décadas, o estudo do impacto das alterações climáticas na biodiversidade teve um avanço extraordinário. No entanto, continuam a existir incógnitas sobre como responderão os ecossistemas face ao desafio das alterações climáticas" - Explica Miguel Araújo, professor catedrático convidado da Universidade de Évora e investigador principal do projecto Conservação da Biodiversidade num Mundo em Mudanças,  financiado pelo programa inAlentejo, no qual se insere este estudo.

"Os ecossistemas de água doce, como charcas e pequenas lagoas, são muito vulneráveis ás alterações climáticas, particularmente a períodos prolongados de seca. Por exemplo, vários estudos mostraram que pequenos aumentos de temperatura (3º a 5ºc) poderiam comprometer consideravelmente o crescimento de espécies aquáticas. Um dos grandes desafios que temos de momento é relacionar os impáctos observados à escala local com os impáctos que poderão ocorrer em escalas mais amplas. 

O nosso estudo pretender contribuir para a solução deste problema, ao estabelecer uma série de pontos de observação à escala local, mas que se estendem por toda a Península Ibérica. Ao juntar as informações de todos estes locais, teremos uma visão mais alargada do problema", diz Miguel Matias investigador pós-doutoral da Universidade de Évora e responsável pela experiência.

As experiências consistem em reproduzir o ambiente de charcas naturais instalando charcas artificiais de 1000 litros. Nestes ambientes artificiais é possível simular alterações climáticas através da manipulação da temperatura e do nível da água. Miguel Matias explica que "essas experiências com as charcas artificiais estão a decorrer em simultâneo nas diferentes regiões da Península Ibérica e servem de ponto intermédio entre os estudos pormenorizados em laboratório e a realidade complexa que é observada na natureza.
  em Ciência Hoje